sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma história sobre quando o sistema endócrino é plagiado

  Ao longo do blog abordamos diversas alterações metabólicas e fisiológicas relacionadas ao envelhecimento e muitas delas estavam associadas a alterações nos níveis hormonais. As principais oscilações hormonais que acontecem são: aumento da produção de insulina, porque o organismo pode ter se tronado resistente a esse hormônio; diminuição da produção dos hormônios T3 e T4, reduzindo o metabolismo e, consequentemente, favorecendo o aumento de peso; diminuição da produção de hormônios sexuais, favorecendo o surgimento de osteoporose na mulher pós-menopausada e de sarcopenia no homem idoso; o declínio da produção de GH, dificultando o reparo dos tecidos; e a diminuição da pregnelona, o que diminui a velocidade de processamento cerebral e a memória.
  Deu pra ver que realmente vários distúrbios estão associados ao envelhecimento. Então, enquanto lia você ficou pensando: “E se essas variações hormonais fossem corrigidas? Assim algumas manifestações associadas ao envelhecimento poderiam ser evitadas ou, pelo menos, retardadas?” Foi justamente isso o que vários cientistas pensaram. Ainda na década de 1960 médicos já defendiam a reposição de estrogênio na mulher pós-menopausada; algum tempo depois também foi defendida a reposição de testosterona no homem idoso. Dessa forma, a vovó sofreria menos com a menopausa e o vovô...bem, digamos que o vovô ficaria mais disposto.
  Essa terapia hormonal, não apenas de hormônios sexuais, voltou a ganhar grande destaque na construção de um processo de envelhecimento mais saudável, mas agora sob a forma da modulação hormonal. Sendo que a modulação hormonal consiste na correção dos níveis hormonais (como através da reposição, por exemplo) mesmo quando a variação ainda é muito pequena, corrigindo distúrbios associados ao envelhecimento antes mesmo das manifestações dos sintomas.
  Porém, ainda há muita controvérsia a respeito da modulação hormonal. Isso porque é grande o número de pacientes submetidos à modulação hormonal que desenvolveram câncer, desenvolvendo os tumores hormônio-dependentes, como o câncer de mama e o de próstata.
  Uma possível alternativa para a resolução desse impasse entre benefícios e efeitos adversos da utilização de hormônios são os hormônios bioidênticos. ”O que são hormônios bioidênticos?” Hormônios bioidênticos possuem estrutura muito semelhante a hormônios humanos, sendo praticamente plágios destes, mas são sintetizados em laboratório. E, devido a essa semelhança estrutural, os efeitos colaterais são minimizados.


  De qualquer forma, o impasse a respeito da relação custo/benefício da modulação hormonal ainda permanece, porque os hormônios bioidênticos também seriam capazes de nutrir tumores. De forma bem didática, é quase o mesmo dilema da transformação do Mun Rah (personagem de Thundercats); quando se transforma ele fica forte, mas fica feio, mas fica forte, mas fica feio, mas fica forte... Ou seja, essa discussão ainda vai se arrastar por muito tempo.


Testosterona


















Referências bibliográficas:

Postado por Luís Fernando Amarante Fernandes

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