Os primeiros relatos condizentes à síndrome metabólica surgiram na década de 20, entretanto somente na década de 80, a partir do maior conhecimento do mecanismo de resistência à insulina, que suas características foram bem descritas e elucidadas.

Essa patologia ainda se mostra como sendo potencialmente perigosa na medida em que agrega relevante risco para a aquisição de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2, as quais são responsáveis por grande parte da morbidade e mortalidade dos dias atuais.
Para que se possa entender de forma clara e didática a causa primordial dessa síndrome, a resistência à insulina, é necessário conhecer o mecanismo de interação entre esse hormônio e nossas células. A figura abaixo ilustra esquematicamente como isso acontece:
O mediador da interação entre a célula e o hormônio é um receptor, o qual apresenta atividade de tirosina quinase. Sendo assim, com a ligação da insulina ao receptor, este sofre fosforilação nos resíduos do aminoácido tirosina. Isso promove a ativação da quinase do receptor e a fosforilação em tirosina de uma família de substratos do receptor de insulina (IRS). A transmissão do sinal do receptor ao efetor final se dá através de fosforilação e interações proteína-proteína. Com isso, há a translocação de vesículas contendo transportadores de glicose (GLUT 4) do conteúdo intracelular para a membrana plasmática, a ativação da síntese de glicogênio e proteínas e a transcrição de genes específicos.
A condição de resistência à insulina ocorre por meio de disfunções no receptor e nos elementos envolvidos na sinalização intracelular. Sendo assim, há uma menor utilização de glicose pelos tecidos em resposta ao estímulo insulínico; em compensação ocorre a hiperinsulinemia na tentativa de estabilizar os níveis glicêmicos. O processo de degeneração celular próprio do envelhecimento acarreta tais disfunções, o que é um dos fatores para a alta prevalência de síndrome metabólica em idosos.
É sabido hoje que o envelhecimento da população promove um maior aumento dos índices de síndrome metabólica, devido aos hábitos e à tendência de predominância dos componentes da síndrome metabólica nos idosos. Esse fato está associado aos processos crônico-degenerativos característicos da senescência que dificultam a manutenção da integridade funcional e fisiológica, promovendo um dano gradual da capacidade de homeostase.
Já que a síndrome metabólica, como foi inicialmente apresentado, agrega maior risco para a aquisição de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2, é válido ressaltar a relação entre a prevalência de síndrome metabólica nos idosos e a gênese dessas doenças com o processo de envelhecimento.
É importante, portanto, que haja uma mudança de hábitos da população idosa, de modo que se evitem os fatores de risco inicialmente destacados, principalmente a má alimentação e o sedentarismo. Dessa forma, haverá uma menor prevalência da síndrome metabólica e de outras anormalidades metabólicas, garantindo que os nossos queridos idosos aproveitem mais, com saúde, a “melhor idade”.
Referências Bibliográficas:
Perez, Lisiane Marçal. Síndrome metabólica em idosos com vulnerabilidade social. Porto Alegre. PUCRS. 2010.
Zecchin, Henrique Gottardello; Carvalheira, José Barreto Campello; Saad, Mario José Abdalla. Mecanismos moleculares de resistência à insulina na síndrome metabólica. Unicamp. 2004.
http://www.blogbrasil.com.br/terceira-idade-e-atividade-fisica/
http://eportuguese.blogspot.com/2010/09/semana-da-doenca-invisivel.html
Escrito por Matheus de Oliveira Andrade
Escrito por Matheus de Oliveira Andrade
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