quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Teorias sobre o papel da genética no envelhecimento

O acúmulo de danos e de perda de complexidade nas macromoléculas vitais é algo entropicamente favorável e inevitável, caracterizando o processo de envelhecimento. Entretanto, os organismos vivos são capazes de realizar reparos em suas macromoléculas danificadas por produtos nocivos do metabolismo e pelas perdas energéticas da célula. A abrangência dessa capacidade sofre influencia das características genéticas do indivíduo; o papel dessas características sempre intrigou muitos acadêmicos e, partindo-se de diversas bases teóricas e empíricas, foram elaboradas diversas teorias envolvendo a informação genética, a seleção natural e a senescência; aqui estão explanadas três delas:

Teoria da Senescência Programada:
De autoria do biólogo August Weismann (1891), essa teoria defende que o envelhecimento é um processo geneticamente programado, ou seja, um gene ou um conjunto de genes teria o papel de controlar o processo de perda de complexidade biomolecular, o qual desencadearia diversos mecanismos degenerativos característicos da senescência, como a disfunção de diversos complexos proteicos responsáveis pela manutenção do DNA.
O objetivo desses programas seria o controle do tamanho de uma população ou da substituição de gerações. Porém, estudos evidenciam que o organismo é programado para sobreviver; testes com ratos que morrem, em média aos dez meses no meio natural podem sobreviver até três anos em ambiente protegido. Além de indicar o papel de reparo molecular vital do material genético, esse teste indica que os fatores extrínsecos são mais importantes para o controle populacional do que os intrínsecos.

Teoria do Soma Descartável:
Descrita por Hamilton (2002), ela se baseia no controle metabólico gerado pela resposta gênica ao ambiente. É necessário entender, primeiramente, que a maioria dos organismos morrem jovens no ambiente devido a causas extrínsecas, como fome, frio e predação; assim, para garantir a perpetuação da espécie, a maior parte dos recursos energéticos adquiridos do meio é direcionada para o crescimento, ou para a reprodução, com isso, o investimento energético direcionado para mecanismos responsáveis pelo reparo de danos sofridos pelas macromoléculas vitais é menor. Experimentalmente foi observado que o oposto ocorre em ambientes protegidos.

Teoria do Pleiotropismo Antagônico:
Idealizada por Idealizada por George Willians (1957), defende a participação de genes que atuam sobre várias caraterísticas (pleiotropismo); um grupo desses genes apresentaria um efeito positivo sobre a sobrevivência ou sobre a reprodução de um indivíduo, porém, em idades mais avançadas codificaria uma característica deletéria, como o surgimento de defeito na cadeia de síntese de proteínas afetadas pelo estresse oxidativo do organismo.



Referências bibliográficas:
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/por_que_nao_vivemos_para_sempre__5.html

Escrito por: Luis Octavio Hauschild

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