segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Vitamina C no combate ao envelhecimento

Albert Szent-Gyorgyi
            Há 3 dias foi comemorado o 118° aniversário do prêmio Nobel da Medicina Albert Szent-Gyorgyi (no dia 16 de setembro), que isolou pela primeira vez a vitamina C. Em 1928, em um estudo sobre a relação entre a oxidação dos alimentos e a produção de energia, Szent-Gyorgyi isolou a vitamina C, a qual denominou de ácido hexurônico. Anos mais tarde, trocou esse nome por ácido L-ascórbico, devido sua influência na doença escorbuto. Aproveitando a proximidade com essa data comemorativa, vamos falar sobre a função mais conhecida dessa vitamina: seu poder antioxidante!
            O processo de envelhecimento está intimamente relacionado ao estresse oxidativo, que ocorre quando há um descompasso entre as concentrações de espécies reativas de oxigênio  (ERO) e dos agentes antioxidante. As EROs são radicais livres derivados do oxigênio capazes de reagir com macromoléculas celulares como proteínas, lipídios e ácidos nucléicos, causando danos nessas biomoléculas. Com o avançar da idade, esses danos, ao invés de corrigidos, passam a se acumular no meio celular. A teoria de radicais livres como agentes do envelhecimento, proposta em 1956, propõe justamente que essa degradação aleatória dos  tecidos pelas EROs são a causa da velhice. As EROs são produzidas nas células principalmente pela redução parcial do oxigênio na fosforilação oxidativa, a qual ocorre nas mitocôndrias.
            Uma forma de proteção do organismo contra esses efeitos degradantes dos radicais livres, são as substâncias antioxidantes. Existem dois tipos de antioxidantes: os enzimáticos e os não-enzimáticos. A vitamina C é classificada como não-enzimática, assim como a vitamina E e carotenóides. No meio intracelular, a vitamina C se encontra como íon ascorbato com grande poder redutor, sendo oxidado a ácido dehidroascórbico, ao atuar como antioxidante.
Estrutura química das formas do ácido ascórbico: à esquerda atua como
agente redutor e à direita, já oxidado.

            O ácido ascórbico reage fortemente com o radical superóxido e o radical peroxila. Além de ser capaz de bloquear espécies reativas originadas por radiação UV na pele. Porém, não se pode ingerir essa vitamina de modo indiscriminado, uma vez que, em doses elevadas, ela pode atuar como pró-oxidante.
Desse modo, a vitamina C e os outros antioxidantes atuam protegendo o organismo de efeitos como:
·         Oxidação de membranas ou lipoperoxidação – que prejudica a eficiência da membrana plasmática como camada fluida e semipermeável. Essa é uma reação em cadeia provocada por um radical livre, que torna instável um ácido graxo de membrana. Esse ácido graxo é um potencial oxidante de outros componentes da membrana plasmática, inclusive outro ácido graxo.
·         Oxidação de proteínas – provocando, entre outros danos, erros na estrutura enzimática, resultantes de modificações em resíduos de aminoácidos específicos, ou mesmo a partir da polimerização e fragmentação da proteína. Além dos radicais livres serem capazes de desnaturar a macromolécula, facilitando sua hidrólise.
·         Oxidação de ácidos nucléicos – de forma geral, as EROs causam quebra na dupla fita e alterações tanto nas bases nitrogenadas quanto nas proteínas associadas ao DNA (histonas). Isso compromete a transmissão das informações gênicas.

Fontes:
Marzzoco, A; Torres, B.B.; Bioquímica Básica; 3° edição; São Paulo, SP; 2007 (páginas 141-142)

Escrito por: Larissa Naomi Lima Akamine

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