O envelhecimento e a degeneração tecidual apresentam relação com o acúmulo de danos em macromoléculas intra e extracelulares, entre as quais se destacam as proteínas e os ácidos nucleicos. Os danos podem apresentar várias origens, como o estresse oxidativo, a glicação, resíduos metabólicos energéticos ou químicos, entre outros. Foi proposto que os maiores danos sofridos por proteínas, um dos grupos de moléculas mais importantes no estudo do envelhecimento, podem ser ampliados pelo declínio da resposta das chaperonas, do grupo de HSPs (heat shock protein).
Chaperonas são proteínas de extrema importância para a manutenção da integridade proteica celular e, após estresse ambiental, apresentam uma importância ainda maior para a recuperação das proteínas que forem danificas durante esse estresse. A função básica delas consiste em impedir ou reverter interações inadequadas entre regiões de uma proteína, direcionando-a a estruturação de sua conformação nativa. Elas atuam sobre as proteínas recém-sintetizadas, constantemente danificadas e recém-danificadas, caracterizando, em casos de danos, a resposta ao choque térmico (heat shock response).
Estudos recentes apontam para o declínio da resposta ao choque térmico nas células em envelhecimento, a qual torna-se debilitada à medida que os organismos ultrapassam o estágio adulto, ou período de maior fertilidade, devido à perda da capacidade de ativar vias de transcrição que levam à síntese de HSPs. Esse decréscimo de atividade que, de acordo com os estudos, está relacionado à idade e mostra-se comum em tecidos neuronais, musculares estriados cardíaco e esquelético e em células hepáticas; há destaque para os tecidos neuronais nesse contexto, pois a decadente atividade das HSPs está relacionada a desordens neurodegenerativas mais frequentes como a doença de Alzheimer.
O papel das proteínas da família HSF (heat shock factor), em especial o HSF1 que é o mais comum em eucariotos, as quais são fatores transcripicionais que regulam a expressão de genes que codificam as HSP, é de grande importância para a relação entre a atividade das chaperonas e o processo de envelhecimento, pois a habilidade de expressá-los, a qual envolve uma série de receptores de sinais e reações, decai com a idade afetando, portanto, a resposta aos danos causados às proteínas celulares, podendo resultar em desordens como o câncer ou na morte celular.A redução na capacidade de expressão de HSF1 é comum no envelhecimento e pode estar relacionada a alterações nos complexos formados por HSF1 e chaperona, devido a danos ao longo da vida, ou nas vias de transdução de sinal que atuam sobre enzimas participantes das cadeias de reações de fosforilação ou de desacetilação, pois elementos e mecanismos bioquímico fundamentas para o bom funcionamento destas vias também estão sujeitos a danos.
Pode-se destacar, com o que foi explanado anteriormente, a possibilidade de exploração das chaperonas no combate ao envelhecimento. Há pesquisas direcionadas à produção de drogas que atuem sobre compostos que afetam negativamente ou positivamente a produção de HSPs.
Referências bibliográficas:
Escrito por: Luis Octavio Hauschild
Durante a apresentação do seminário do grupo, surgiu um questionamento em relação à função das chaperonas; assim, para esclarecer da melhor forma possível para nossos leitores, a definição encontra-se no seguinte link: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1046/j.1474-9728.2003.00031.x/full no quadro: "Introduction: molecular chaperones". Maiores informações podem também ser encontradas nas nas referências bibliográficas presentes no texto. Espero ter contribuído para o desenvolvimento intelectual das senhoras e dos senhores leitores; caso eu tenha cometido algum engano em qualquer um dos meus textos, peço encarecidamente que o comentem, para posterior correção.
ResponderExcluirLuis Octavio Hauschild.
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