Sarcopenia
Quando se fala em envelhecimento uma das primeiras imagens que vem à mente é a daquele idoso cada vez mais fragilizado. Essa fragilidade foi caracterizada como uma síndrome, e tem diversas causas, dentre as quais se destacam a degeneração do tecido ósseo e, principalmente, a sarcopenia.
A sarcopenia está relacionada à redução da massa muscular, entretanto, apesar da sua significativa contribuição para o a síndrome da fragilidade e o crescente número de pessoas sarcopênicas (decorrente do aumento da expectativa de vida), as suas causas ainda não são muito bem conhecidas. Atualmente, a melhor explicação para a gênese da sarcopenia é a de uma complexa interação de diminuição de hormônios, distúrbios de inervação, aumento de mediadores inflamatórios e alterações nutricionais associadas ao envelhecimento.
Esse declínio de massa muscular pôde ser quantizado a partir de vários métodos utilizados para caracterização da composição corporal, como, por exemplo, ultra-sonografia (US), tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). Esses métodos possibilitaram uma estimativa de que, a partir dos 40 anos, ocorra perda de 5% de massa muscular a cada década, com acentuação desse declínio após 65 anos.
Nutrição e síntese de proteínas
A redução da ingestão alimentar é outro fator importante no desenvolvimento e na progressão da sarcopenia. Esta ingestão reduzida pode ser decorrente de várias co-morbidades, como, por exemplo, perda de apetite e redução do olfato e do paladar. Então, uma carência nutricional de proteínas irá reduzir a taxa de proteínas do músculo. O equilíbrio entre síntese e degradação de proteínas musculares será desregulado, com uma prevalência da degradação, culminando na diminuição de massa e força muscular.
Regeneração
Outro fator que contribui para a sarcopenia é a diminuição da capacidade do músculo se regenerar após uma lesão ou sobrecarga. A regeneração e o crescimento muscular necessitam do auxílio das células satélites, que são células especializadas localizadas na membrana basal da célula muscular. O número dessas células diminui com o envelhecimento, fornecendo um possível mecanismo para a perda de massa muscular (sarcopenia).
Estímulos anabólicos e estímulos catabólicos
Nos estímulos anabólicos e catabólicos musculares estão envolvidos, basicamente, alguns hormônios (GH, IGF-1 e testosterona) e citocinas pró-inflamatórias. O próprio processo de envelhecimento está associado à diminuição dos níveis de GH, IGF-1 e testosterona, que estão envolvidos positivamente com as taxas de síntese proteica muscular e com a manutenção das proteínas musculares, dentre as quais se destacam a actina e a miosina.
A queda na concentração desses hormônios também está associada ao aumento da liberação de citocinas pró inflamatórias (TNF-α, IL-1 e IL-6) pelos macrófagos. Essas citocinas podem aumentar a quebra de proteínas das fibras musculares e estimular a apoptose das células musculares.
Perda de fibras musculares e inervação
A redução do tamanho e do número de fibras musculares é o resultado da atrofia de cada fibra muscular, influenciando na diminuição de massa muscular. O tipo de fibra atrofiada influencia na determinação da gravidade da sarcopenia, uma vez que as fibras musculares do tipo1 (contração lenta) sofrem menos atrofia associada ao envelhecimento, quando comparadas às fibras do tipo 2 (contração rápida). Além disso, ocorre a denervação de fibras tipo 2 acompanhada pela reinervação de fibras 1 desnervadas.
As fibras musculares de contração lenta (tipo1) são geralmente associadas a movimentos de longa duração, mas isso não quer dizer que todo idoso, apenas por sua idade, será capaz de correr uma maratona. Isso quer dizer apenas que, por possuir poucas fibras de contração rápida, o idoso não será capaz repostas físicas muito intensas e rápidas.
A lentidão a nível molecular
Uma característica do envelhecimento é o descompasso entre oxidantes e anti-oxidantes, otimizando o stress oxidativo. Uma das enzimas afetadas por essa situação é a Ca-ATPase, envolvida no processo de contração/relaxamento das fibras musculares. Esse comprometimento da Ca-ATPase, juntamente com a glicação da cabeça da miosina, permite compreender a nível molecular a lentidão de contração/relaxamento muscular do idoso.
Apesar dessa enorme variedade de possíveis gêneses da sarcopenia, as formas de tratamento ainda são bastante escassas. Terapias baseadas em reposição de esteroides sexuais e GH se mostraram pouco eficientes. Os métodos mais eficientes contra a sarcopenia constituem, na realidade, formas de uma prevenção contínua, e são eles: exercícios físicos e suplementação de creatina.
A prática de exercícios físicos proporciona uma maior aquisição de massa muscular, fundamental para retardar a perda decorrente do próprio envelhecimento e promover menor impacto sobre a qualidade de vida dos idosos. Já o uso da creatina baseia-se no aumento de fosfocreatina no músculo, além de aumentar os níveis de ATP durante o exercício físico, uma vez que a fosfocreatina constitui uma reserva de energia para a rápida regeneração do ATP, em exercícios de elevada intensidade e curta duração.
Contudo, tanto a suplementação alimentar quanto a prática de exercícios físicos pelos idosos devem ser acompanhados por profissionais especializados nessas respectivas áreas, haja vista o risco de uma suplementação exacerbada e de excessos nos exercícios físicos.
Referências bibliográficas:
http://www.agemais.com.br/wiki/index.php?title=For%C3%A7a_Muscular_e_Envelhecimento
http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/999/1409
http://www.unm.edu/~lkravitz/Article%20folder/sarcopenia.html
http://www.efdeportes.com/efd154/suplementacao-de-creatina-na-prevencao-da-sarcopenia.htm
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v46n6/06.pdf
Escrito por: Luís Fernando Amarante Fernandes
Referências bibliográficas:
http://www.agemais.com.br/wiki/index.php?title=For%C3%A7a_Muscular_e_Envelhecimento
http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/999/1409
http://www.unm.edu/~lkravitz/Article%20folder/sarcopenia.html
http://www.efdeportes.com/efd154/suplementacao-de-creatina-na-prevencao-da-sarcopenia.htm
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v46n6/06.pdf
Escrito por: Luís Fernando Amarante Fernandes
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