quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O DIABETES E A DISFUNÇÃO COGNITIVA
A população mundial está envelhecendo e com isso, doenças crônicas, como o diabetes mellitus, e aquelas ligadas à degeneração cognitiva, como as demências, serão mais prevalentes. Nesse cenário, estudos vêm encontrando associação entre a presença do diabetes e a manifestação de síndromes geriátricas aumentando o risco de queda, fraturas e alterações cognitivas em idosos. Sabe-se que disfunções cognitivas podem ocorrer em virtude do comprometimento vascular, formação de placas de neurofibrilas e alterações no metabolismo da glicose. Qual seria o elo entre as alterações metabólicas do diabetes e a disfunção cognitiva?
A insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela maioria das células a partir do sangue e é degradado pela enzima degradadora de insulina. No diabetes mellitus tipo dois ocorre uma diminuição da resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico, levando ao processo de resistência à insulina. Devido a essa resistência, as células beta do pâncreas, localizadas nas ilhotas de Langerhans, promovem uma medida compensatória, aumentando a produção de insulina gerando a hiperinsulinemia.
β-amilóide é uma proteína solúvel degradada pela neprisilina e também pela enzima degradadora de insulina, além de poder ser removida pela micróglia. A alta concentração de β-amilóide é constantemente associada à degeneração cognitiva. Na Doença de Alzheimer, por exemplo, é observada a formação de placas de neurofibrilas no sistema nervoso central (SNC) por aumento da concentração cerebral da proteína β-amilóide que, além disso, pode causar toxicidade neural, quando sofre alterações e se torna menos solúvel, e aumentar o número de receptores dos produtos avançados finais de glicação, aumentando o estresse oxidativo e acarretando conseqüente dano celular. Esses produtos avançados finais de glicação no diabetes mellitus resultam da interação da glicose com diversas outras moléculas de proteínas e lipídios. Promovem danos em tecido vascular, no DNA e nas mitocôndrias cerebrais, ampliam a resposta inflamatória e aumentam a concentração de radicais livres. Além desses efeitos, favorecem a formação de placas β-amilóide e neurofibrilas, processos relacionados à fisiopatologia das demências.
Esse acúmulo da proteína β-amilóide pode ocorrer por um  aumento na sua produção ou por alguma deficiência na sua retirada do sistema nervoso central. A enzima degradadora de insulina, no interior de neurônios e micróglias, degrada tanto insulina quanto a proteína β-amilóide. Sendo assim em casos de hiperinsulinemia causada pela resistência à insulina, haverá uma competição entre a insulina e a β-amilóide pela enzima degradadora de insulina, o que acarretará prejuízos à remoção da substância β-amilóide do sistema nervoso central.
Com base no exposto acima, diversos estudos têm investido na prevenção e controle da disfunção cognitiva por meio do melhor controle do diabetes através da combinação de dieta, exercícios físicos e perda de peso.

Escrito por: Amanda Costa Pinto

Fontes:
http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/07/01/insulina-producao-e-acoes/
http://mundoasistencial.com/la-beta-amiloide-es-esencial-para-el-cerebro/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/diabetes/diadetes-mellitus1.php

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